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O Mundo não vai acabar na próxima terça-feira

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    Convidados
  • há 5 dias
  • 1 min de leitura

Atualizado: há 2 dias


Arte: Habner Matheus
Arte: Habner Matheus

Ninguém mais tem tempo. E, quando tem, sente culpa.

É como se o descanso tivesse virado um pecado moderno, uma falha de caráter. A gente vive correndo, mas raramente sabe pra onde.

 

As mensagens chegam com urgência, os e-mails vêm com lembretes e as conversas começam com “desculpa a demora pra responder”. Dormir virou um luxo, e o silêncio, um incômodo. Até o lazer precisa provar que é produtivo: a academia tem que render, o restaurante precisa virar story, a viagem tem que inspirar um post sobre propósito, o pace da corrida, precisa ser melhor que do story anterior.

 

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Há uma pressa generalizada, uma maratona sem linha de chegada.

Corremos para não parecer parados.

Trabalhamos para justificar a correria.

E, no fim, o tempo que dizemos não ter é o mesmo que deixamos escorrer pelos dedos, revisando a vida em abas abertas.

 

Talvez a urgência tenha virado o novo vício. Um jeito de fingir importância.

Quem está sempre ocupado parece relevante.

Quem desacelera, parece estar ficando pra trás.

Mas o que perdemos nessa pressa toda?

As pausas, as conversas sem finalidade, os cafés que esfriam enquanto o assunto esquenta. Perdemos o prazer de fazer uma coisa só, e de fazê-la devagar.

 

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O mundo não vai acabar na próxima terça-feira.

Mas, se continuarmos assim, talvez a gente acabe antes dele.

 

Artigo: Emanuel Weber

 
 
 

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