A Terapia
- Convidados

- 16 de abr.
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Sentada na frente da terapeuta que a olhava de forma curiosa, ela buscava por respostas mágicas às perguntas que nunca havia dito. Sua vida era cheia de, porquês?
Esta palavra a torturava a cada segundo da sua existência de uma forma tão intensa que latejava na sua cabeça, como um cronômetro de uma bomba, prestes a explodir e estourar seus miolos. A terapia tinha a função de silenciar o tic tac que ecoava em sua mente e amarrá-la ao chão para que os seus pensamentos não a levassem rumo ao desconhecido.
Sentada naquela sala quase vazia, abraçada pela velha poltrona, ela seguia azucrinada pelos seus pensamentos, a Deus reivindicava o direito ser a sua verdadeira versão, aquela que habitava em sua alma.
E ali diante daquela figura curiosa que a olhava de forma piedosa e lhe sorria com benevolência, ela curava suas incertezas, buscando incessantemente encontrar o silêncio de que tanto desejava. Não havia vozes a calar, medos a serem confrontados ou feridas a serem curadas. Só havia um imenso vazio e o desejo contínuo de alimentar aquele corpo oco por respostas das perguntas nunca feitas.
Artigo: Daniela Amaral







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