A primavera é a estação do ano que precede o verão. A palavra deriva do latim, primo vere, que significa primeiro verão. Nessa época ocorre a floração de diversas espécies de plantas, razão pela qual as ruas, os parques e as praças ficam coloridos, enquanto os dias vão se tornando mais longos. Ou seja, a luminosidade se impõe. Traduz tempo de renovação e de esperança. Portanto, indispensável absorvê-la e aproveitá-la em sua plenitude.
Todavia, em tempos de Covid-19, agravado pela ignorância e pela conduta equina do governo Bolsonaro, pode soar utópico tal pretensão. Penso que não. É chegada a hora do povo brasileiro deixar de pensar que encontrará um salvador da pátria, mesmo porque é impossível. Inegável a importância do voto; porém, independentemente de quem vier a ser eleito, nossas dificuldades persistirão. Resta-nos, pois, afastar debates estéreis e ignorantes, a exemplo do voto impresso.
O novo normal, inerente ao período pós-Covid-19, exige uma renovação e exercício de cidadania, de preocupação com o próximo, com o meio ambiente e com as demais políticas de inclusão social. A (re)organização da sociedade civil é medida que se impõe, inclusive desconsiderando a casta de políticos que controlam o Estado. Pois bem.
A estação da primavera autoriza essa conduta, uma vez que se sobrepõe à tristeza e à escuridão do inverno que, por sua vez, coaduna-se com o ambiente político que vivenciamos. Enfim, é tempo de primavera, ou seja, “estação das flores”. Oxalá, que a população brasileira comece a sentir e a desfrutar dos seus efeitos, mesmo porque a Covid-19, infelizmente e por vias transversas, demonstrou a importância de respirar, viver e renovar. Pois, como bem disse Pablo Neruda, “deixe que a vida faça contigo o que a primavera faz com as flores.”
Carlos Alberto Farracha de Castro
Revisão textual: Jhenyffer Nareski Correia - @j.nareski
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