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Foto do escritorDaniela Amaral

A Monarquia Disfarçada

Atualizado: 29 de jul. de 2022


A Monarquia Disfarçada

Desde que o Brasil foi declarado independente de Portugal, vivemos à margem de um governo monarca disfarçado de democrático. O povo não é mais escravo, contudo, somos servos dos nossos senhores feudais.


Produzimos nas terras dos senhores de tudo um pouco e em retribuição a essa benevolência damos aos nossos senhores grande parte do que produzimos. O pouco da produção que nos resta vendemos para adquirir recursos para pagar os altos impostos ao reino. Esses tributos financiam o luxo da corte, que são desde uma taça de vinho Cabernet a um terno Dolce & Gabbana, pois os nossos soberanos e seus agregados gostam de ostentar para as nações vizinhas a riqueza do nosso país. Nosso rei foi escolhido democraticamente pelo povo, que sonhava colocar no poder um líder justo e honesto, que fosse capaz de cuidar do nosso país com todo respeito que ele merece, no entanto, como em todo sonho acordamos e continuamos na luta por dias melhores.


Os príncipes, filhos do rei por sua vez são duques e viscondes, se destacam na corte por seus caprichos e desmandos, sempre apoiados pelo pai, que insiste em mima-los e encobertar seus maus feitos com sorriso no rosto, e como um pai que tem preguiça de educar seus filhos mima-os dizendo: “São só crianças, deixem minhas crianças brincar, eles não fazem por mal”.


Graças a evolução dos séculos nossa classe social não é mais estamental, muitos vivem e morrem como servos, mas alguns poucos conseguem comprar seus títulos de nobreza. Há alguns anos um filho de servo chegou a coroa, sendo eleito pelo povo como o rei dos pobres e o possível salvador da pátria, entretanto, esse rei já chegou ao poder corrompido e cego pelo brilho do ouro em nossos cofres, e mais uma vez o país foi iludido e viu o seu sonho de ser um país igualitário e democrático definhar em um jogo de poder. Esse mesmo rei foi enviado para a masmorra jurando inocência, mas há muitos servos leais a ele que acreditam na sua volta. Na corte é de praxe que os políticos passem seus títulos aos seus filhos, netos, bisnetos e agregados, seguindo a tradição monarca. Quando um simples servo é eleito para se juntar a corte, e realmente tem a intenção de lutar por seus ideais, acaba tendo que enfrentar a arrogância e a ganância da velha política, o que faz com que o pobre servo seja alvo de todo tipo de perseguição, com isso ou ele desiste ou sucumbe a velha tradição.


No Brasil, dito o país do futuro, aumentou muito o número de servos que aprenderam a ler e a escrever e que conseguiram títulos de doutor, porém, a realeza prevendo a evolução intelectual da polução e o perigo de criar mentes pensantes e questionadoras, e já predizendo uma possível revolução, igual àquela que ditava “Liberté, Égalité, Fraternité”, em que cabeças da corte rolaram como bolas de futebol, logo aplicou-se a celebre tática de um antigo imperador romano, “Dê pão e circo ao povo”, sendo assim, com a intenção de parar a evolução intelectual da população, criou-se uma geração de idiotas. O circo fica por conta das mídias e da internet, que ficou acessível ao povo, já o pão tem nome de Bolsa Família.


E assim seguimos a nossa história, no reinado do Brasil, em que é proibido proibir, mas também é proibido questionar, pois o Brasil é acima de tudo e o Rei acima de todos.


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